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Pequena rua no Japão

Japan

PRIMEIRA VIAJEM AO JAPÃO
Segunda parte

Continuando nossa história sobre minha primeira viagem ao Japão, resumirei dizendo que fui para minha primeira visita e treinamento na fábrica da Yamaha em Hamamatsu, fiquei alojado no dormitório de alunos da Yamaha woodwind academy e meus dias foram junto com o grupo de aluno deste ano, uma experiència incrível e inesquecível.

 

Ao despertar pela manha de uma noite bem mau dormida devido ao fuso horário entre Brasil e Japão que é de 12 horas, somado a dormir em um solo acolchoado ao estilo japonês e finalizado com um frio intenso que havia naquele momento, me levantei bem cedo para tomar banho, escovar os dentes e começar a explorar como funcionava o dormitório ou seja, como eu poderia tomar o café da manhã ou "pequeno almoço" como dizem os portugueses, me preparar para sair e estar em frente ao dormitório religiosamente às 8:00 em ponto.

 

A fome me preocupava um pouco porque durante a viagem eu não consegui encontrar nada comparado aos alimentos que estamos acostumados em São Paulo, mais com o desejo de participar deste curso e de conhecer a fábrica, até isto eu poderia controlar.

 

Minha real preocupação estava no idioma uma vez e que ninguém da equipe do dormitória falava outro idioma que não fosse o japonès e eu que estava arriscando e provando meu inglès pela primeir vez fora do país, não sabia nem dizer bom dia em japonès.

Para agravar a situação, no dia anterior o meu anfitrião japonès me pediu duas coisas:

- Nunca se atrasar para pegar o ònibus dos alunos que tinha o nome de Pinguim Bus e levava o desenho de um pinguim na lateral do ònibus "confesso que até hoje não sei o porque de se chamar Pinguin bus" porque religiosamente o condutor sairia às 8:00hs da manha e eu teria de encontrar um taxi que seria uma missão quase impossível naquela região e me explicar na fábrica como poderia ter perdido o horário do ònibus.

 

- Nunca chegar ao dormitório depois das 22:00 horas porque às 22:00 horas o Papa san fechava as portas e nem o presidente da companhia passaria por aquelas portas depois do horário ou seja, eu dormiria na rua a menos 3 graus se chegasse mais tarde.

 

Quando digo dormir na rua não é bricandeira, o alojamento fica em uma região residencial distante e não existem hotéis por ali, seria realmente um desastre eu não estar no alojamento dentro do horário obrigatório.

 

Sendo assim, tinha muitas coisas para me preocupar e por isto praticamente madruguei, me preparei e desci para o refeitório.

Meu espanto começou quando abri a porta do quarto, encontrei um ambiente não limpo e perfeito que se não fosse o frio, eu poderia dormir no chão do corredor de tão limpo e brilhante que era.

 

 



 

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Quando cheguei não havia ninguém, a cozinha estava aberta, eu escutava o bater de algumas panelas na cozinha mais não podia ver uma alma viva sequer  e como eram 7:oohs da manhã eu ja comecei a etrar em pànico pensando que não daria tempo de comer e pegar o pinguin bus.

fiquei ali sentado esperando que alguëm chegasse e que eu pudesse "seguir a fila"imitando o companheiro, mais em poucos minutos saiu uma cozinheira japonesa, colocou uma bandeija com varios pratos em uma prateleira e apontou com o dedo dizendo que eu me servisse ali, provavelmente o meu prato que eu não tinha nem ideia do que seria, estaria entre todos os outros que eu não tinha nem idéia do que eram.

Resolvi utilizar a técnica de eliminação e desespero ou seja, esperar que todos pegasem o seu e eu ficaria com o ultimo para comer o mais rápido possível e chegar ao ònibus antes das oito horas, mais como nada é tão perfeito nestas técnicas, sobraram dois pratos e ai a coisa ficou feia, quando faltavam 15 minutos para as 8:00hs, entrou um jovem que não tinha nada de japonès e com cara de quem dormiu demais, pegou um dos pratos e se sentou em outra mesa.

Eu peguei a ultima bandeja e comi o arroz que havia ali sem pensar duas vezes e sai correndo mal dizendo ao dorminhoco que me complicou a vida no primeiro dia.

 

Subi ao meu quarto, peguei minha bolsa e desci como um louco até a porta do dormitório e quando cheguei ali não havia nem ònibus e nem alunos, eram 07:43 e eu já duvidava do meu relógio pensando que havia perdido o pinguin bus, porém neste dia entendi que os britanicos não são os únicos que são pontuais.

 

Lembrando que ao viajar pelo Brasil, habia aprendido que em algumas regiões do Brasil usam hora de relógio que significa mais ou menos pontual e hora que em verdade não significa nada ou seja, se vai ao nordeste do Brasil e te dizem que algo começa às 10:00, pode ser que comece às 11 horas ou 12 horas, o termo 10 horas foi só referencial, mais se dizem 10 horas de relógio, então provavelmente começará proximo das 10:oo, mais nunca antes das 10 horas.

 

Para alguém de São Paulo isto é bem extranho, mais admirável que eles se entendam ali e sinceramente, creio que vivem mais relaxados que os demais, más voltando ao Japão, quando meu relógio marcou 07:55, o ònibus parou na porta do dormitório e como formigas, um grupo de meninas japonesas e um pequeno grupo de meninos japoneses apareceram e em menos de 2 minutos já haviam guardado instrumentos na parte inferior, entrado cada um em seu lugar que parecia estar marcado para cada um e o ônibus estava pronto para sair não fora pelo desespero do motorista porque haviam informado a ele de que dois estrangeiros estariam no onibus, porém somente eu estava ali, o dorminhoco ainda não havia chegado.

 

às 8:01 ele etrou no onibus que saiu de arranque na mesma hora para compensar o tempo perdido e mais tarde descobri que se tratava de um outro aluno de outro país que havia sido enviado para o curso junto comigo.

 

uns 40 minutos de trajeto, um silencio absoluto entre todos, nem um olhar trocado, nenhuma palavra e uma tensão no ar, me senti um alienigena caido do céu ali naquele momento, mais fui aproveitando a paisagem no caminho vendo as casas tradicionais japonesas, os poucos habitantes a região que apareciam nas ruas e curiosamente, uma fila de crianças indo ao colégio e me chamou a atenção que levavam capacetes rigidos e brancos na cabeça.

Só para lembrar, não é apenas na pontualidade que os japoneses se parecem aos ingleses, mais eles também conduzem com mão inglesa e o condutor vai ao lado direito.

Foram os 40 minutos mais longos que eu já havia vivido até então e em fim chegamos na fábrica da Yamaha.

 

Quando desci do ônibus me deparei com um imenso compexo de edificios com um portão metálico mais polido que minha tuba e um silencio mais profundo que o vivido dentro do ônibus e segui o fluxo de alunos até o portão de entrada e ví que eles passavam uma especie de cartão e uma luz verde se iluminava, claro, eu não queria cometer meu primeiro erro de passar em algum lugar sem autorização e fiquei parado na entrada vendo o outro extraneiro entrando com os demais como se nada tivesse acontecendo e claro, um segurança o parou e nos levou para um guiche para receber as credenciais.

Eu estava tão preocupado com os procedimentos que não me dei conta que a bandeira do Brasil flamulava imponente em um mastro junto a bandeira do Japão na entradada da fábrica, mais ao ve-la, uma sensação de orgulho e felicidade encheu meu peito e me senti incrível naquele momento.

 

Vi que o alunos foram encaminhados a outro lado e que nós (eu e o extrangeiro) fomos levados a outro lado o que me pareceu extranho, mais tudo bem, fui segundo o fluxo e as orientações recebidas e descobri que haviamos sido encaminhados ao atelier da Yamaha dentro da fábrica onde os melhores técnicos da Yamaha trabalham e se algo na linha de produção gera dúvida, o intrumento é enviado para este atelier que estava naquele momento no comando de um quase Samurai o Saito san "San en japonès é o mesmo que senhor ou seja, Senhor Saito".

Um senhor bastante idoso e de poucas palavras inclusive em japonès, nossa sorte é que haviam conseguido uma tradutora que falava portugues e espanhol para fazer a tradução para mim e para o novo companheiro dorminhoco.

Quando embarcamos, ela me agradeceu e disse que era casada com um japonês, que voltava para sua casa no Japão e ali me desejou boa viagem e desapareceu no imenso avião.

Chegando ao Japão, meu sossego desapareceu. Tudo era diferente, muito organizado mas eu não entendia uma palavra de tudo que via, tudo em japonês e nenhuma palavra em inglês. Até hoje não sei se foi o medo que bloqueou minha mente ou se realmente nada estava em inglês, e inclusive, até hoje quando vou ao Japão, vou no automático e não me lembro de nada.

 

O fato é que, eu necessitava achar o balcão de aluguel de telefone, me comunicar com eles, alugar o tal do telefone, encontrar a estação de metrô, comprar o bilhete tanto do metrô como do trem e embarcar para o centro de Tóquio. Simplesmente isto, foi impossível de fazer a tempo de pegar o trem no horário em que estava anotado no roteiro e o desespero chegou.

Milagrosamente, encontrei a brasileira do avião que se dispôs a me ajudar e ali seguimos juntos até encontrar seu marido japonês. que após encontrá-lo, muito gentilmente me ajudou a alugar o telefone e ainda, me levou até a cabine para comprar os bilhetes e fez as indicações de como pegar o metrô.

Lá, todas as linhas de metrô estavam sinalizadas no chão com uma cor para cada destino, e bastava seguir as cores que realmente chegaria destino desejado. Nunca me senti tão contente de ter ajudado a alguém e de receber ajuda como pagamento da minha boa ação. Recomendo aos viajantes fazerem amizades em suas viagens, pois isto ajuda muito, e claro, tomando todos os cuidados possíveis, porque apesar de haverem pessoas de bom coração, há também pessoas más por aí. 
 

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Peguei o trem dentro da estação de metrô e me dirigi ao hotel com os mapas que havia recebido na empresa. Esta foi a parte mais fácil da viagem porém, já estava muito cansado e com fome. Chegando ao hotel tarde da noite, já não havia jantar e eu me deliciei com o que o Japão oferece de melhor em tecnologia, as máquinas de venda de bebidas e lanches nas ruas, são dezenas, dezenas não, centenas, ou melhor, milhares de máquinas que estão para todos os lados.

Saí do hotel prestando bastante atenção para não perder a sua direção e comi tantos lanches quantos cabiam na minha barriga, assim fui dormir meu primeiro sono em solo japonês. Mas engano meu, com um fuso horário de 12 horas, eu passei a noite em claro e somente quando o dia começou a amanhecer que eu comecei a sentir sono, tarde demais, tinha que ir tomar café e conhecer a rua porque o fim de semana seria muito curto.

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chás diversos

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Todos os tipos de bebida

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Comidas embaladas para todos os gostos

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Aquário de Toquio

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Aquário de Toquio

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Aquário de Toquio

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Aquário de Toquio

Fui então, ver o sol nascer no Japão. Um dia maravilhoso com pessoas e cultura completamente diferentes, um espetáculo cultural e um choque de diferenças para o paulista caipira que chegava ali sozinho.

 

Meninas de quimonos com pele branca como o papel, guarda-sóis coloridos e  de diversos formatos, cabelos de todos os tipos e cores: rosa, azul, vermelho, amarelo; um festival de cores nos edifícios e nas pessoas mas ninguém olhava para ninguém. Uma quantidade de pessoas incríveis e todos em silencio, a cidade parecia ainda dormir em pleno dia.

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Quimonos de todos os tipos

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E de todas as cores

Tenho que registrar algo especial: "o único lugar do mundo em que se vende no Mc Donalds, o hambúrger de camarão, foi meu prato preferido durante aquele maravilhoso fim de semana. Também não pude perder a oportunidade de visitar o aquário de Tóquio que era impressionantemente bonito.

Foi um fim de semana solitário porque os japoneses são muito reservados e de difícil aproximação com os ocidentais em situações normais. Talvez, eu seja o mais caipira e que por vergonha também tenha cooperado para isto, mas de qualquer maneira, o fim de semana foi ótimo e só pensava que um dia poderia trazer meus filhos para conhecer este lugar tao maravilhoso. Aliás, todos os locais nos quais visito, sempre penso neles e meu maior desejo é que eles possam também ter uma oportunidade parecida ou melhor que a que eu tive em minha vida.

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Uma experiência única

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Big Mac de camarão

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Tudo muito diferente

Me dirigi à estação de metrô com a esperança de visitar Akihabara, que é o bairro de lojas de tecnologia, nossa Santa Efigênia japonesa, pois já queria gastar dinheiro em tecnologias e conhecer este lugar tão especial que todos comentavam mas, confesso que nem cheguei a comprar o bilhete de metrô quando vi a quantidade de linhas e de gente dentro da estação. Voltei para a rua com cara de cachorro arrependido.

Estava completamente convencido de que se pegasse o metrô eu estaria lá perdido até hoje, mas claro, isto é coisa de caipira e de gente que nunca viajou ao Japão, todos ali ajudam as pessoas a se encontrarem, são completamente prestativos e atentos a tudo e a todos, sendo assim, eu jamais teria me perdido.

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Linhas representadas por cores

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Centenas de conexões trem metrô

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Milhares de japoneses na estação

Foi um fim de semana incrível, porém, já estava na hora de iniciar a nova etapa da viagem que era enfrentar a estação de trem e metrô de Tóquio. Pegar o metrô até a estação de trem e pegar o trem-bala, chamado Chinkansen, até Hamamatsu para se encontrar com meu guia que me levaria ao alojamento de alunos. Assim o fiz e consegui chegar a salvo em Hamamatsu para encontrar a pessoa que iria me acompanhar. Para mim, seria muito difícil encontrá-lo, porém, para ele seria tarefa fácil, tendo em vista que eu era o único não asiático por ali.

Foi incrível pegar um trem tão rápido e passar ao lado do monte Fuji, que era um sonho meu em poder vê-lo tão de perto, mesmo que fosse dentro de um trem. Aquela visão do monte Fuji, me deixou arrepiado. 

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Chinkansen

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Estação de Toquio

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Visão do Monte Fuji de dentro do trem

Após encontrar meu guia e ir de carro até o alojamento, no caminho já um pouco escuro, eu me surpreendia com a arquitetura das casas japonesas, simples e ao mesmo tempo tão diferentes de nossa realidade. Iria me surpreender ainda mais nos dias seguintes, pois o melhor estava por chegar, que era conhecer Papa-san e Mama-san.

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Papa-san e Mama-san

Papa-san e Mama-san são um casal de caseiros do alojamento de estudantes, ele é dividido em um lado de alunos homens e outro de alunas mulheres, não existe contato entre os dois grupos e Papa-san cuida dos meninos e Mama-san das meninas.

Quando desembarquei minha mala de viagem e passei da porta de entrada do alojamento, entendi que realmente havia diferenças culturais e de organização que ainda não havia vivido. No hotel ainda que a comida tivesse seu ponto de diferença, as ruas e as pessoas também, obviamente, são bem japonesas. Hamamatsu, era uma cidade afastada e tinha ficado em um alojamento para japoneses, que já não era um local adaptado aos estrangeiros pois, tudo estava extremamente limpo e organizado, o silêncio e o respeito era absolutamente perfeito.

Na entrada central, havia uma placa com meu nome em japonês esperando minha chegada e me pediram para pegar a placa e passar da recepção para uma antessala. Neste lugar havia um quadro verde com várias placas iguais à minha, de um lado o nome escrito em vermelho para indicar que eu estaria fora do alojamento e outro em preto para indicar que eu estaria ali dentro.

Me explicaram que era muito importante eu virar a placa ao entrar e ao sair. Esta seria minha primeira missão pois, às 10 horas da noite o portão principal e a porta de entrada do alojamento fechariam automaticamente e se eu esquecesse de virar a placa que indicava que eu estava fora, eu iria dormir na rua porque, após os portões fecharem, ninguém entra e nem sai do alojamento. Assim, para evitar problemas, o Papa-san precisaria saber se eu estava dentro do alojamento antes da 10 horas da noite e caso isto não ocorresse, ele chamaria meu guia para ajudar a me localizar, pois o frio naquele momento era forte, chovia muito e para ajudar, tínhamos a passagem de um furacão sobre o Japão naquela semana.  

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Quadro com nome da turma alojada no dormitório

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Quarto 207 Mr. Araken Busto

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Noticias do Furacão na TV

Havia um armário para pôr os sapatos e chinelos japoneses ao entrar no edifício pois, os sapatos normais não poderiam tocar o solo interno do edifício em nenhuma situação.

Depositei meus sapatos em uma das caixas e me acomodei com um chinelo macio para então me sentar em um sofá de couro e ouvir todas as regras do alojamento.

Papa-san deve ter falado, provavelmente, por uns 40 minutos em japonês porque não falava outra língua e o tradutor tentando me explicar o inexplicável, jamais poderia gravar tantas regras e tantos costumes diferentes. A separação do lixo era em mais de 10 tipos de classificações, por exemplo, uma garrafa de refrigerante tinha que separar a garrafa do rótulo e da tampa e dividir em classificações diferentes que seriam depositadas em dias diferentes em locais diferentes em frente ao alojamento. Confesso que retornei várias vezes a este alojamento e nunca consegui cumprir esta missão. Ainda bem que os alunos me ajudavam a separá-lo e eles mesmos se encarregavam de me mostrar onde e o que colocar a cada dia da semana.

 

A comida para as duas próximas semanas havia que ser escolhida e decidida ali, naquele mesmo momento e por serem comidas locais e totalmente diferentes de um hotel, o próprio guia não sabia como explicar que tipo de comida era e eu apostei na sorte, coloquei um x em vários dias e em pratos diferentes, pensava erroneamente que poderia reparar isto nos próximos dias, engano meu, tudo foi seguido à risca até o dia da minha saída.

Me lembrava deste momento de descuido todos os dias em que me serviam pelas manhãs ou à noite, um arroz e um ovo cru. Eles quebram o ovo cru sobre o arroz que com seu calor faz um leve cozimento no ovo e ao remover tudo, cria uma pasta de ovo com arroz, um desastre para meu paladar.

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Arroz com ovo servido no dormitório
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Comida do restaurante, tinha melhor aparência

Então, me apresentaram os banheiros. Para tomar banho, havia banquinhos de crianças e uma ducha na altura da minha cintura, eram vários, um ao lado do outro, onde todos tomavam banho ao mesmo tempo, além de ter que carimbar um dos banquinhos que havia sido utilizado por sabe lá quem.

Na frente dos vários chuveiros, uma jacuzzi imensa onde vários alunos entravam juntos e ficavam ali sentados em um degrau interno e ficavam vendo a todos tomar banho de costas para eles, uma visão que eu realmente não quis experimentar.

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Banheiro comunitário japonês, com banquinhos carimbados

O banheiro e lavanderia eram os mais estranhos e diferentes. Não havia vaso sanitário, somente latrinas e para entrar neste espaço havia que trocar outra vez os calçados. Na porta havia outros tipos de chinelos, desta vez, de plásticos que determinavam seu uso dentro deste espaço.

Abri a primeira, a segunda, a terceira porta dos pequenos espaços com latrinas e pensei como seriam meus próximos dias, porém,  quando abri a última porta, tive uma visão salvadora, um vaso sanitário que tinha na lateral um painel de controle com mais botões do que o meu Peugeot 207 sedan que havia deixado no Brasil.

 

Deixei para me aventurar quando todos estivessem dormindo porque sabia que seria difícil de saber usar tal coisa.

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Latrinas

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Visão interna dos corredores

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Privada salvadora

Ao entrar no quarto onde passaria as duas próximas semanas, vi um pequeno espaço junto à porta onde deixaria o chinelo e um tatame de palha que seria meu espaço e cama, armazenado em sacos bem higienizados, os poucos cobertores, um fino tufon japonês, um armário simples e uma estante pequena, tudo iluminado por uma pequena janela na parede em um quarto de uns 2 por 1,30 metros. Este seria meu quarto por vários dias.

Uma bacia, um tecido e alguns cabides eram as únicas coisas que existiam ali, todas as demais  coisas estavam dentro da minha maleta.

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Quarto 207

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Tomar banho e lavar roupas

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Meu colção e travesseiro

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Regalias de conforto para minha estadia

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A cama

Assim foi minha chegada. Após me despedir do meu guia que me explicou que no dia seguinte às 08:00hs da manhã sairia o ônibus para a fábrica e que eu não poderia me atrasar nenhum segundo porque eles eram mais pontuais que os britânicos para isto, desfiz minha maleta, organizei meus utensílios, carimbei pela primeira vez o banquinho para tomar banho e fui tentar dormir, tendo em vista que o fuso horário ainda assombrava as minhas noites em claro.

Para continuar esta longa história, irei adicionando mais informações aqui no nosso blog, se você gostou, se increva para receber as atualizações e poder seguir sabendo tudo o que ocorreu durante esta maravilhosa viagem.

Um grande abraço a todos e espero que tenham gostado de ler até aqui!

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